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O Mundo das coisas#3 Papéis- Funções e pré-conceito

terça-feira, 15 de maio de 2012


   Ao tentarmos entrar em um consenso de como ver ou entender a vida-modo de viver, nos tempos em que vivemos, não podemos cair no erro de totalizar questões, no geral muitos dizem que tudo ocorre como um processo natural, “ Já aconteceu em outras épocas- só mudam os personagens mas a história é a mesma- ela se repete”, sim temos de fato muitos exemplos que comprovam essa noção, mas não podemos normalizar- naturalizar estes processos, isso tende a deixar um coletivo ou um individuo relaxado- confortável- estagnado- parado- aceitando todo e qualquer movimento seja de qual ordem for.

 Talcott Parsons examina a sociedade tendo em vista a ação social, um sistema social deveria ser visto a partir de subsistemas como a cultura e a personalidade, a ação é a inter-relação de um ator(ego) com um objeto (Alter), sendo que este objeto pode ser um outro ator, de modo que gere uma interação entre os dois, cada ator tende a ter uma função que ele  chama de papel, de fato podemos avaliar o modo em que vivemos a partir desta lógica, podemos pegar qualquer grupo ou tribo urbana como a antropologia chamaria e destacar que seus membros obedecem certos tipos de papeis, seja o religioso, seja o drogado, seja o nerd, todos tendem a se familiarizar em certos grupos onde serão aceitos e poderão desempenhar seu papel, Georg Simmel diz que para se ter a manutenção destes círculos sociais é necessário o poder a interação, interação esta que pode moldar-modificar ou manter personalidades.

   De fato vivemos desempenhando Scripts prontos, papeis diversos a fim de encontrarmos sentido para a existência, na empresa, na instituição religiosa, nas redes sociais, e principalmente nelas podemos ver pessoas que se transformam em um personagem que tanto sonhou, mostram todo seu potencial atrás da tela de um computador para poder respirar livremente ao invés de serem aqueles tipos tímidos na escola ou no trabalho, que não detém o que chamam de auto-estima, não se acham bons de papo, bonitos, nem atendem ao estereótipos que colocamos todos os dias a partir da mídia, revistas etc.

  Uma espécie de grupo de segregados que encontram sentido em outras formas, seja através do poder, do prazer, da paixão, do dinheiro; mesmo que a promessa deste liberalismo seja de incluir, de aceitar, de liberdade, ainda assim não podemos aceitar essa mentira, nós excluímos, quando criamos determinados grupos que só aceitam determinados tipos de pessoas, e estas pessoas tem que atender aos estímulos liberados por estes grupos, criamos mais e mais gente que atende a papeis que ficam constantemente modificando ou palpitando nas personalidades de cada individuo, isso acontece nas Igrejas( deve-se seguir o chefe e obedecer a doutrina para poder crescer, prosperar, avançar, ter Deus que de fato é o assunto dentro destes grupos religiosos menos debatido), nas Faculdades( quem é o mais teórico, aquele que pensar diferente não é o cara, condições financeiras em determinados cursos, cor, raça), em boates ( certas boates aceitam ou criaram o estereótipo de aceitação de pessoas de determinada classe), lojas, armazéns, botecos etc...

  O mais interessante de tudo isso é que temos a capacidade de dizer “ não temos preconceito, aceitamos a todos, você é livre, interprete o seu papel e tudo vai seguir normalmente, tudo vai continuar em paz, não gere confusão, não questione, não cause tumulto, não pense, só Siga Scripts pelo amor de Deus....